domingo, 24 de agosto de 2008

Hotel Guia



A construção de um hotel no antigo terreno correspondente à demolição do antigo Restaurante Tropical é para mim surpreendente quando julgava significar um ponto final na capacidade construtiva daquela área. Supostamente foi negociada uma permuta de terrenos com os empreendedores e desta forma a população saudou a preservação de uma paisagem que na época caracterizava-se pela horizontalidade dos antigos terrenos pertencentes ao Convento dos Terceiros, a linha de plátanos e a transição para as encostas do cemitério. O apelidado "comboio", pouco dotado arquitectonicamente, tinha a vantagem de localizar o seu maior indíce construtivo junto à estrada confrontante. Para suavizar o seu impacto negativo, e numa atitude de "limpar" o erro, foi levantada uma "muralha" de árvores esguias que o camuflassem; e que ridiculamente parecia a solução para todos os males urbanísticos.
Aparentemente a construção do hotel em causa aumentou a sua capacidade construtiva nesse lote, avançando sobre a Avenida dos Plátanos contrariamente ao inicial complexo da década de noventa. Esta situação da localização de dois equipamentos volumetricamente dispares faz questionar se não seria preferível a continuação do comboio, que concentraria num só volume adossado à estrada e com o devido afastamento da linha dos plátanos, do que a multiplicação de complexos construtivos que obviamente causarão mais ruído visual. No entanto não conheço o projecto do hotel. Espero que seja sensível às características paisagisticas e patrimoniais que o envolvem de forma a que seja um mais-valia para a vila, respondendo às novas exigências de alojamento turístico. Concluindo, que seja uma nova peça na paisagem limiana que consolide e identifique harmoniosamente a entrada na vila, sem necessidades de camuflagens futuras..

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