segunda-feira, 23 de novembro de 2009

TGV-duas alternativas




Como optar entre dois traçados igualmente danosos para o concelho de Ponte de Lima? Não discutindo a pertinência do projecto a nível nacional, será mais oportuno neste momento debater em pormenor o real impacto sobre o território limiano. Optar pela pelo traçado mais vantajoso em termos das politicas futuras de ordenamento do território, turismo, expansão da zona urbana ou de relacionamento com o litoral são tópicos que deverão ser clarificados urgentemente de forma ao município ganhar tempo para discutir questões de detalhe como túneis, viadutos e o seu enquadramento com o património construido e onde Ponte de Lima surge no topo dos concelhos afectados.


Altenativa A
- É o traçado que segue quase intercaladamente o percurso da auto-estrada A3. É uma solução menos favorável no que diz respeito a expropriações e tem como factor sensível o facto de atravessar freguesias urbanas da vila como Ribeira, Arca, Fornelos e Arcozelo. Sacrificará alguns centros de concentração de populações rurais como são os espaços circundantes de igrejas. Esta será porventura a alternativa mais favorável para o concelho devido à concentração de corredores de circulação (A3 e TGV) apesar da ingratidão da sobrecarga de algumas freguesias que já passaram por uma experiência semelhante com a A3 e que vêem mais uma vez os seus interesses condicionados em nome de todo o concelho. Outra questão sensível será o impacto paisagístico do viaduto sobre o Rio Lima. Este processar-se-á a jusante do viaduto da A3 e portanto mais próximo do centro histórico. Será necessário avaliar o impacto visual que esta obra provocará em locais dentro do centro histórico. A ser escolhida esta alternativa o município deverá seguir de perto a orientação desta peça de engenharia.


Alternativa B
- Tem como vantagem técnica a morfologia do terreno e um regime de expropriações mais leve. No entanto, o que ressalta desta alternativa é o duro golpe no corredor ecológico compreendido entre o Rio Lima e a Serra de Arga afectando a Área Protegida das Lagos de Bertiandos/S. Pedro de Arcos assim como a Casa e Quinta da Laje, imóvel classificado. A forte aposta na última década nesta zona poente do concelho como referência na protecção de uma área de grande relevância paisagistica, ruralidade e bucolismo ficará condicionada. Esta alternativa significa também o corte do concelho através de dois corredores viários que isolarão o centro histórico e zona urbana da vila.


A passagem do TGV, tal como a A3 há cerca de 15 anos, marcará violentamente a paisagem e desta vez com a agravante de não existir um benefício directo para o concelho. Impõe-se um empenho e determinação reforçadas na escolha das opções e sobretudo um acompanhamento próximo
na fase de projecto final do traçado de forma a suavizar o maior número de casos danosos pelas freguesias.

Links: Cartografia
Resumo não técnico

5 comentários:

trigalfa disse...

Parece-me um comentário bastante equilibrado. No entanto à partida acho de ressalvar um aspecto. O impacto visual da Alternativa A no centro histórico é nulo, Desde Sandilhão em Fornelos até à passagem sobre o Rio Lima a maioria do trajecto é em tunel na traseira do Monte da Madalena e paralelamenta à A3. Afectará as casas em Crasto junto à rotunda de entrada na A3 em direcção ao Porto e a Ponte sobre o Rio não será visivel da margem esquerda do Rio senão de muito perto, como já o é a ponte da A3. Na margem direita do Rio o TGV passa ao lado nascente da A3 e o maior impacto será em Brandara e Arcozelo, mas não visivel da VIla de Ponte. Numa primeira apreciação acho esta alternativa mais capaz de um dia trazer alguma vantagem, que para já não será nenhuma em qualquer alternativa.

Nuno Ribeiro disse...

Como um visitante regular de Ponte de Lima chocou-me ver que ambas as hipóteses de traçado nas imediações da cidade representam danos para a população salvo se se abandonar o disparate que é o TGV em prol da Velocidade Elevada, o que implicaria uma estação na cidade e uma ligação a uma rede interurbana minhota e porventura o Pendular. De outro modo não vejo outra escolha para os Limianos senão rejeitar esta infraestrutura.

Fernando Marques Noronha disse...

O TGV - é uma questão central- serve a velocidade da economia ... é capitalizada. Sacrificar um concelho conta muito pouco.Não entender isto é entender muito pouco .Os defensores do TGV - jogam na bolsa.Não é nenhuma ironia ,é mesmo assim.O movimento é absoluto a tirania do poder é contra uma terra pequena,pobre,sem capacidade de revolta.
Fernando Marques Noronha

Rosa Costa disse...

De acordo com o último comentário.O nosso desenvolvimento económico-futuro - passa pela Galiza.Em meia hora entramos na primeira vila galega.Para quê o TGV?
Rosa Costa

Nasci Maria disse...

É infelizmente nenhuma das alternativas me parece boa!
Mais uma vez os pobres sacrificam-se para o bem de muito poucos.
Desde que vim parar ao Algarve estas coisas ainda me chocam muito mais. A curta visão dos nossos governantes, quando não é possível de forma rápida e económica atravessar o país, os preços e horários que a cp pratica duvido que isto traga beneficio à população portuguesa na sua generalidade. Ouvindo o Excelente Medina Carreira e citando-o somos um país de imbecis! A cada hora a dívida do país aumenta de forma assustadora e mesmo assim continuam a embarcar nestes projectos megalomanos! É mesmo à portuga, que não tem dinheiro para nada mas pede empréstimos para ir de férias e pagar às prestações!